Uma situação inusitada chamou a atenção da pequena cidade de Pinhalzinho, no Oeste de Santa Catarina. Uma senhora idosa foi impedida de frequentar sua igreja católica local por conta de uma dívida de aproximadamente R$ 400 em dízimos não pagos. O caso, que parece saído de um roteiro de novela, levanta questões sobre fé, direitos e dinheiro.
O Dia em que a Fé Ficou em Débito
No dia 4 de setembro, a idosa, cuja identidade não foi revelada, teve uma surpresa desagradável ao tentar entrar em sua igreja para participar das atividades religiosas. Segundo seu relato à polícia, ela foi barrada na porta e informada que não poderia mais frequentar o local devido à dívida pendente. Mas a história não para por aí. A senhora afirmou que, além de ser impedida de participar dos cultos, também estava sendo proibida de se transferir para outra paróquia. É como se ela estivesse presa a um “Serasa espiritual”, sem poder buscar consolo em outro lugar de adoração.
A Lei e a Fé: Um Embate Inesperado
O caso só veio à tona recentemente, quando a idosa decidiu denunciar o ocorrido à Polícia Civil de Pinhalzinho. As autoridades ficaram intrigadas com a situação, que pode configurar uma violação do direito constitucional de ir e vir.O delegado Lucas Almeida, responsável pelo caso, comentou: “Vamos intimar os envolvidos. Conforme a denunciante, a responsável pelo local explicou que ela devia R$ 600 em dívidas celestiais e não poderia mais frequentar o lugar”.
Dízimo: Contribuição ou Obrigação?
É importante lembrar que o dízimo, tradicionalmente, é uma contribuição voluntária dos fiéis para ajudar na manutenção da igreja e suas obras sociais. Não é, ou pelo menos não deveria ser, uma obrigação.Um especialista em direito canônico, que preferiu não se identificar, explicou: “O dízimo está relacionado à fé, gratidão e generosidade do fiel. Não deveria ser usado como moeda de troca para acesso ao culto”.
O Que Vem Pela Frente?
A Polícia Civil está investigando o caso e planeja intimar o responsável pela cobrança para prestar esclarecimentos. Enquanto isso, a comunidade local está dividida. Alguns defendem a igreja, argumentando que as contas precisam ser pagas, enquanto outros estão chocados com a atitude, considerando-a contrária aos princípios cristãos.A idosa, por sua vez, aguarda uma resolução, esperando poder voltar a frequentar sua igreja ou, pelo menos, ter a liberdade de buscar conforto espiritual em outro lugar.